5.10.10

Sou

                               Gustave Courbet -Pintor realista francês

Sou
Sou
Sou
Mesmo contra vossa vontade sou
Não sou este
O que desse palanque cogitais
Sou aquele
Aquele que daqui
Deste meu reservatório
De ideias sou
Sou assim
Duro como pedra
Mole como os pensamentos
Tramados pelas mãos
Sou
Sou
Sou
Sou convencido no que sou
Sou até um qualquer
Sempre que quero
E quando não quero
Também sou
Hoje, por acaso, sou um ruído com olhos castanhos
Vejo todos os sons com um sou
Um sou único
Talvez um sou com som
Um que se ouve a si
Para dizer
Assim serei
Com o meu som eu sou
Sou
Sou
Sou
Sou de um tamanho que já não existe
Presente para o mundo
Dos que nada são
Sou afinal um sou só
Só porque sou teimoso
Para não ser um sou dos outros
Sou meu
Sou do meu sou
Talvez louco, sim talvez
Mas sou
Sou

José Luís Lopes

6 comentários:

  1. viva amigo josé luis lopes!
    parabéns pelo fantástico poema.
    gostava de o ter escrito

    abraço
    flávio

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  2. E és tu muito bem
    Sendo tu
    Como és
    Nunca o deixes de ser
    Louco?
    Porque não?!
    Se isso te faz feliz
    Sê tu
    Só tu
    Ainda que sendo outros
    Dentro de um ser
    Singular
    Dono de si mesmo!

    Um beijinho de quem te gosta assim

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  3. Obrigado Flávio,

    há dias que a alma escreve, muitas vezes não é poema, é revolta.

    Abraço

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  4. Olá amiga!

    Assim faço, mas nem às paredes confesso que esta coisa de ser dono de mim dá cá uma trabalheira...

    Há gente(s) mal habituada

    obrigado pelo carinho

    beijo

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  5. Adorei. Primor de expressão nas palavras. Muito bem criado :)

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  6. Obrigado pela leitura e comentário

    Abraço

    JLL

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