15.2.10

nao há nome nem há boca

A ti o nó das respirações
Pressente no mais escuro uma porta
Onde o olhar se prende
Era tão bom voltar à vida nómada das pedras
Aos objectos pontiagudos das emoções
E ao papel resinoso do pensamento



A ti a jugular dos sentimentos
Rompe músicas de outras cidades
De um coração etílico
Onde a solidão envelhece nas mãos liquidas
Insónicas

-Melancolia de fome e cio que cerra os dentes



A ti as pálpebras queimam as manhãs
No efémero tempo fosfato
No murmúrio desdobrado dos animais cela
Onde o regresso sonolento morde
a catástrofe do ente atirado às janelas
do esquecimento


não há nome nem há boca no abandono

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