22.11.09

Um nada que incomoda



Serei talvez
Um nada que te incomoda...

Mas não vires a cara ao lado
Quando por mim passas apressado
Porque
Por mais que não me queiras ver
Eu existo!

Sou a prova viva
Da pobreza
Que enche as ruas
Da tua cidade
Incómodo que arranha
Silenciosamente
As paredes da consciência

Sou o que me sobra
Do que queria ser...
O lixo da sociedade
Que ninguém quer ver...

Sou o rosto da esperança ida
Como o tempo que não volta
Sou a companhia
Da minha própria solidão!

O mendigo
O maluco
Como alguns me chamam
Sou parte da paisagem
Destas ruas
Ora cheias
Ora vazias
Que tão bem me conhecem

Sou o nada
Que te incomoda
Ou não!...

2 comentários:

  1. Incomoda, mas seguimos impávidos e serenos como se eles não existissem.
    U belo poema, comum tema tão pertinente.
    beijos Lurdinhas
    Rosa

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  2. Há muitos de nós que lhes causa incómodo, olhar o outro que vegeta, carente de compreensão, e fome...

    Lindo!

    Beijinho

    Gil

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