21.1.10

interpretações para quê?




















fico a beira da morte, quando teu amanhã dura uma eternidade. o espaço parece ficar convicto da falta moída que me fazes. não gosto do teu silêncio. te disse isso? enquanto aquela música traduz o buraco aberto à passagem que não se desfaz.. fosse aquele para sempre santificado, naquela sacristia rústica a beira mar, onde os anjos pousam ainda seus louvores as sete da manhã. pão e milagre do ontem que entretanto, ainda temos fome na invasão dos sentidos. santificada seja aquela partitura cheinha de matemática diluída em gramática, e deu o que deu, aquele mineral sonoro, acúmulo de significados tantos, capaz de desintegrar os ossos com a língua. interpretações para quê? o delito sobrevoa a memória, escorrega pelo corpo suave. prova maior do que teu murmúrio? só a memória nesse sangue antigo acordando de segredo a noite, por onde serpenteia teu enigmático soluço - a troca da matéria - escuta... as sílabas de escudo em partidas dissipadas. o enunciado já estava na abstração do gasto.

salve o avesso manter a métrica acesa em pequenas mortes.

1 comentário:

  1. texto com imagens cinematográficas.
    as suas palavras incendeiam os olhos dos distraidos.
    bjs

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