14.1.10

A Poesia do Tudo que é Nada…

Viver poesia é estar a par da sociedade, perfumar os caminhos minuciosamente tortuosos e comungar o saber dos demais pintores de sonhos cavalgantes da história. O seu lado obscuro é tão belo ou mais que o seu lado puro e banal. Viver poesia é sugar a cada verso o néctar das maiores divindades, calcar as calçadas revestidas de segredos, estar no auge do que é credível. Metaforicamente se vive, metaforicamente sonhamos, metaforicamente somos compreendidos, metaforicamente somos poetas. É o segredo de estar ou não estar acordado, escolher o caminho ou deixar-se caminhar, devemos escolher a nossa própria avenida e reconstruir os sonhos partilhados pelos moldes de seres comuns e inconscientes. Serás mais ser se souberes ser o oposto dos seres e acreditar no teu ser, trauteando as pinturas abstractas da realidade. Esse mundo para quem te abstrais, cai no esquecimento dos demais, vontade essa amarga comum nos mortais, ser imortal é ser o tudo e ser o nada incansavelmente criando esboços e rodopiando num simples e raro gesto. Criar é viver, viver é sonhar, sonhar é criar e na realidade, conscientemente acreditar, o maior castigo é não conseguires defender o teu próprio Eu das investidas inerentes do destino. Serás tu quem tudo procura e nada vê para além do nada? Serás ou não serás afinal tu que vives? Não terá sido a mera obrigação que te lançou ao mundo? Sonhar, sonhar, sonhar é viver limitado do que realmente é o teu dever, sonha mas caminhando e construindo a tua realidade.

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