há um cântico sombrio
ódio do grito envenenado
pela transformação do coveiro inocente
da enxada do louco furioso
o asilo
da terra saciada
e o sarcástico feito da culpabilidade
que o estômago devora
por conta dos anos que os olhos comem.
ao castigo
suportado que escorre no pensamento,
o êxtase é uma porta duvidosa
da palavra estropiada.
ao homem cabe
da nudez dos seus dentes
inventar fantasmas.
a angústia
a angústia cega da luz hipócrita
no recanto introspectivo
murcha
frágeis papoilas dramáticas
e eu descubro uma ferida
que num salto ao desconhecido
deixo aberta.
a astucia do leão morde de faminto a agonia
e o desprezível é uma membrana poética.
difícil é esmagar o crânio que me soluça
durante o sono.
é da luz que a transparência tem medo.
habita na sombra uma seringa voluptuosa semente
de cada momento.
não seria eu
se mais não fosse o ouvido
das fraquezas das asas dos pássaros.
e o suicídio
é a gravidez da uma lua cheia
de tão magra.
um poema que nos coloca nos dois lados da paisagem.
ResponderEliminargostei desta abordagem.
e acaba em grande!
abraço