23.4.10

Um pássaro negro ferido na asa-regresso

Todo o corpo treme com a malícia dos dedos
Porque surge nas madrugadas de cem mil enlutados.
Na ressaca dos casacos de pele crocodilo
Tal como as bocas que não choram nos olhos as suas lágrimas
Hoje a lua.
Gira em direcção à terra
E tu acompanhas-me a casa
Mesmo eu longe
Mesmo que não presença
Contudo,
O vento semeia o teu rosto que se maresia no meu
Somos da noite longínqua minha imã
E com beijos vai este homem chorando o teu amor.

Sem comentários:

Enviar um comentário