26.4.10

uma taça de vinho quente

Hoje conto às estrelas sobre este amor
Que levantou-se na taça da noite
E deixou-se extinguir
Velhas facas das horas solitárias
E a fonte de luz tornou-se seca
-as mãos não encontrarão tão cedo outro corpo
Outro
De pele fina que o coração dormiu descansando

Terrível agora
Agonia de silencio dançante arrancando
Arrancando o negro das feridas cravadas nos olhos

Hoje o inverno adormece no que fora
A primavera Dos lábios

Agitam-se os segundos no peito
o inútil
Pelos que ainda amam
Os campos verdes e se espreguiçam nas searas
Pelos que ainda acreditam

-o amor
É uma taça de vinho quente

Hoje não dormirei ninguém
Nem na cama beberei outros cabelos
Que não os teus
Os que levantaram à lua
Cantando com os búzios dentro
Dentro do que é feita essa taça.



2 comentários:

  1. parabéns, mais um belo poema!

    abraço
    flávio

    ResponderEliminar
  2. Nossa! adorei seu poema Caopoeta. Trouxe-me uma saudade. Agradeço. Bjo.

    ResponderEliminar