3.8.10

Amar é linha - Contos da Vida

O sol veio acalentar o dia, o céu azul esperava atitudes, o vento nem espreguiçava. As vontades estavam sonâmbulas. E solitária numa manhã de domingo, aonde o café era ardente e quente com torradas e mel, as sensações do dia eram de pura melancolia.
Reagia e colocava o biquíni minúsculo e amarelo com flores coloridas, alegrava o corpo com a possibilidade de quem sabe ir de encontro do meio ambiente.
A praia estava lá do outro lado do morro, o terraço era só feito de um silêncio ao despertar os pássaros, e quando da bica abria-se a água fria, eles piavam.
A Carioca também tem dias solitários. E estar aqui ou acolá na praia, esse dia, seria como que cercada por desconhecidos. E preferiu o acerto do tempo que nem passava.
A cadeira estendida ao corpo que debruçado ficou a deitar-se com o sol.
Mas como todos os domingos, o helicóptero não parava de ir e vir, como a expiar ou ir a praia vistoriar o horizonte.
Sempre existem possibilidades adversas,novas estórias, e na Tijuca, aonde vivem pessoas cercadas de morros, tão lindos os morros... O Cristo que era só na imaginação, e os prédios desertos na manhã dirigente e linda de agosto.
Ao abrir os olhos, a poeira do ar parecia mover-se. E será que teria tomado muito sol? E correu para beber a água gelada. Caminhou para olhar novamente o céu, e continuar a ver algo se movendo, aproximando e descendo. Era mais um dia de existência e porque tanto brilho? Ela não estava de óculos, enxergava cada vez menos, é verdade, mas algo de muito brilhante caia do céu e verdadeiramente sobre ela. E quando percebeu ao seu lado no chão, já vários papéis laminados picados em queda do céu, eram quadradinhos cortados e jogados sobre ela, do helicóptero? Só poderia ser. E iluminando a sua manhã de solidão, sentiu-se uma princesa, uma estrela na Terra, um trevo de quatro folhas, e sorriu ao horizonte agradecendo a Deus, aos Homens que passaram, ao transformarem a sua manhã, numa verdadeira manhã de muita luz e paz e esse momento seria, seria perpetuado para sempre, como conto inesquecível.
Agradeço!

Rio de Janeiro, 3 de agosto de 2010.

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