20.11.10

"Wild Is The Wind"

Sei lá
diz-me o que eu não sei !
desvenda-me uma qualquer quimera
no dobrar deste tombar nocturno
na prega do novelo de linho
com que se tecem os sonhos
e as histórias das nossas utopias
funde-me no acto fértil
das maratonas sanguíneas
somos a olímpiada que comemora
a doce claridade da aurora
qual interpretação sonhada
no adormecer da vigília
sim,
todas as imagens onirícas nos encarnam
no devir duma película hollywoodesca
que connosco se movimenta
quer queiramos , quer não!
sonho nas mãos
dum qualquer universo (in)acessível
com passereles fashion
revestidas de altivez vigilante
qual ecocardiograma da beleza
sublime e atormentada
fantástica e fantasmática
produto, acção,drama e comédia
do nosso parque jurássico
desse mundo perdido em todas as horas
de todos os seres
disponível no movimento transformador
prenhe de energia
jorrando em torrente
as cachoeiras da vida
permanente evolução e renovação
das emoções e sentimentos mais secretos

O ideal dificilmente é compensador
inimigo intimo e privado do bom-senso
e do bom
em fúria guerreira, em batalha constante, frequentemente alucinada
o caos
qual gruta ou subterrâneo
onde se escondem os horizontes
agita as águas dos momentos
supostamente recuperadores
e repousantes

Em pose ensaiada
o polícia , o militar, o médico,o professor
encenam a autoridade
ordenam a imediata retirada
de todos os terroristas mentais
se necessário
a força calafetada
com paixões indecifráveis
dominará as variações emocionais

Felizmente
ouve-se o toque do despertador !
e...finalmente
abrimos os olhos
o dia nasce

Todas as cores, todas as luzes
cintilam no olhar
é bom, é real !

Depois ... se possível ...
porque o desejo é adverso à realidade
soam o piano e a voz
escutamos as canções da nossa memória
numa atmosfera de sonoridades vermelhas
e incomodado pelo prazer
da tua jamais incómoda presença
sou parceiro deste encontro
deste ar tingido
com as aleatórias nuances
da tua perfeita cor

a cor da rosa !


Luiz Sommerville

Está a decorrer desde o dia 15 do mês corrente e até ao dia 25 
no Clube Literário Do Porto , a exposição Respigagens de autoria
do artista portuense Luis Barreiros , as obras deste genial autor
apresentam-nos um conceito verdadeiramente inovador e original.
Este é um daqueles casos de "ver para crer" , porque tenho a certeza
que nunca viram nada de semelhante. Nem sempre a originalidade
é sinónimo de bom , mas no presente caso ela é sinónimo de algo
que nos transcende:
- Arte no seu mais elevado expoente !
Parabéns , meu querido amigo e sucesso para mais uma exposição
onde o teu talento se encontra patente de forma insofismável .
Um grande abraço !
Clube Literário Do Porto, Rua Nova Da Alfândega 22,Porto.
passe por lá !

"Investir em Arte , é a Arte de investir..."
Luiz Barreiros em "Rio Douro, rio triste" 1989

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