25.2.13

 Imagem: В.Федотко

É de silêncios que eu falo, dessa chama sem nome que nos leva a cirandar telescópicamente pelos veios da claridade, e que em cada caminho se abrem caminhos de púrpura imaginação. É de silêncios que me alimento e construo a minha vida sobre a vegetação do poema. Serei verdade até ao fim, nem que isso me custe os dois ouvidos. Viverei todas as eternidades na casa silenciosa, se possível, feita de livros calados, com uma árvore bem no centro do quarto para os mistérios serem mais naturais.
Desço pela corda do mundo, sonho até doer, lavo o meu corpo com restos dos dias e, num sol verdejante, atiro sensações à terra. Este é o meu sadismo, o meu pão, a minha cúpula, a minha senilidade perante a natureza. Assim, quando transporto relâmpagos vivos torno ridícula a realidade.

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