22.7.13

My day with a famous writer

My day with a famous writer Meu dia com um famoso escritor (1934 -2009)

Um dia conheci um escritor famoso na Europa.
Seu livro era tão minúsculo que fiquei mesmo desconfiada.
Era um cientista. Um excelente matemático e físico.
Aprendi com ele a fazer um cesto de papel entrelaçando colorido, enquanto me explicava que estaria demonstrando uma teoria matemática.
Dessa experiência científica, eu diria artística, demonstraria a raiz quadrada de Pi?! -Logo eu?
Um cientista que durante a sua vida, buscou entre os índios do Brasil, as novas teorias e fez descobertas em física.
Uma vez me confidenciou seu diário pessoal de uma aventura nada boa.
Pensou que iria morrer num pequeno trajeto num rio da amazônia, em que fez a travessia com um Índio dirigindo a pequena embarcação a óleo diesel.
Senão fossem os seus conhecimentos para o tal conserto da embarcação, eles ficariam ali, reféns da natureza, no meio do rio.
-Ele me confessou ter medo.
Com seu livro, aprendi a escrever de forma simples e para todos os tipos de leitores.
Em vida, aprendi com ele, que devemos sempre aprender mais e mais sobre muitos assuntos. Tudo pode ser bom e em qualquer circunstância, deveremos respeitar as inteligências diferenciadas e as diversas profissões, um nunca é melhor que o outro, um pode ser bom naquilo que faz e outro também e terem projetos diferenciados em vida. Devemos estar sempre nos colocando no lugar do outro, ele ensinava a mexer com ferramentes, furar, construir pensamentos em objetos, transformar ideias em projetos e em arte, ou experimentos.
Era necessário também aprender inglês e francês e a conhecer o mundo lá fora eu lhe dizia: - O mundo do outro.
Convivi com ele alguns meses, alguns anos, e mesmo estando afastado pela própria vida e trabalho nunca nos afastamos vivi com ele através de e-mail e conversas alguns projetos.
O mundo para ele significava aprendizado constante.
Um cientista que trouxe para o nosso Brasil a ideia do Museu Interativo e vivo.
O idealizador do Espaço Ciência Viva.
E hoje, mais uma vez relembro o dia que fui visitá-lo no hospital no meio de máquinas de uma CTI silenciosa, e quando peguei em sua mão, todos os apitos e todos os enfermeiros vieram ver o que estava acontecendo. Para logo depois tudo silenciar. Ele veio a falecer.
Mas naquele momento eu entendi, que todos temos uma energia vital dentro de nós e que é transmitida. Ele continuava me ensinado coisas.
E isso foi importante,eu sabia que ele sabia que eu estava ali.
E de certa maneira, nosso afeto e a tranquilidade apoderou-se do meu ser.
Um grande amigo, um grande sentimento, sabia que estava na hora dele partir, mesmo nem querendo ir, mesmo nem sabendo como ficar.
Eu posso dizer que Maurice Bazin foi um grande homem.
Abraços de onde estiver brilhando o seu ser.
Gisele Sant ' Ana Lemos
Rio de Janeiro, 22 de julho de 2013.

2 comentários:

  1. Que lindo relato Gisele,estas pessoas que deixaram tão importante legado à humanidade tem que ser lembradas e celebradas.Parabéns por tão rica experiência. Estas horas de despedida são dolorosas mas desapegamos de laços e aprendemos a viver no planeta. Obrigada pela partilha.
    O blog é lindo,adorei !!!

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