20.1.15

Fora do tempo

Fora do tempo



Uma vida fora do tempo


No caminho de Trancoso


Ossos e caranguejos mortos


Subo no coqueiral


Uma tempestade de leituras


Os bancos da Igreja rodopiam vertigens da atriz


Vaga-lumes iluminam os caminhos até o pier


Balsas vêm e vão


Os visitantes estão ansiosos, esses conhecidos...


As árvores, os índios, os laços, foram embora


Um telhado desfeito e roubado


Invadiram a alma da atriz


Deram a uma mulher que depenava frangos.


A capoeira já foi para a Europa


Os nativos foram embora...


As casas derrubadas para construção de estradas


Caraíva virou a sensação


Do pier restam restos


Madeiras envelhecidas entre as ondas do mar


Ondas arrebentam forte


Os corpos nus ficaram para na imaginação de quem não viu


Atrás da Igreja no quadrado, 


Brilha a lua entre olhares distantes do rito


Nem revelam vidas


Vingou, nasceu e cresceu ali


E nem era para ser duradouro


Mas...
Nunca deixou de ser permanente lembrança.



Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2015. Diana Balis em lembranças de Trancoso, Sul da Bahia, Porto Seguro, Brasil.

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