Um poeta faz-se em silêncio, como os amantes,
entre o tragicamente humano e a alegoria. faz-se
com o mesmo grau de loucura que o amor, entre a pele
e a espada, e haver uma deusa
entre o tragicamente humano e a alegoria. faz-se
com o mesmo grau de loucura que o amor, entre a pele
e a espada, e haver uma deusa
que traga no peito o inesgotável.
um poeta faz-se com sangue e alegria, noites ébrias
e serpentinas, debaixo das buganvílias, em cima das
buganvílias, se não houver buganvílias, inventa-as,
como inventa o céu e a almofada
onde mais tarde ressuscitará. um poeta faz-se a caminho
do amanhã, a erguer sombras do fundo,
e serpentinas, debaixo das buganvílias, em cima das
buganvílias, se não houver buganvílias, inventa-as,
como inventa o céu e a almofada
onde mais tarde ressuscitará. um poeta faz-se a caminho
do amanhã, a erguer sombras do fundo,
em sinal de que o amor pode ir mais longe que o mar.
faz-se com restos de alegria, a procurar-se nos rodapés
faz-se com restos de alegria, a procurar-se nos rodapés
das enciclopédias, a correr
atrás dos relâmpagos e dos animais fantásticos,
sonhando em candeias,
com o coração em bagos para repartir.
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