No avesso de mim
Existe um ente desesperado
Um ser esfaimado de vida
Sedento de novas sensações
A morder-me o pensamento
Escuto-lhe os passos
A galgarem as paredes
Da insatisfação
Do meu inconsciente
A mortificarem-me a vontade
De arriscar
Em nome de uma razão
Que não se compreende...
Sinto-lhe o respirar
O ofegar quente
Este martelar constante
Que me arrepia
Que me estrafega
Os ouvidos
Que me ensurdece...
Que me enlouquece...
E o pior
É que não tenho como calar
Este malvado silêncio!
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