13.7.11

Esperança, A Alvorada Rubra






...Naquele instante o ser errante (que erra)
Viu translúcidas as coisas mundanas
Através de vítreo sofrimento, plangente, cristalino.
Embora ferido, sim! Erguido! Como um badalar de sino
Determinado (selvagem instinto) a vencer as insanas
Vicissitudes da peleja incessante da Terra.

Enquanto este fraco caminhava, o solo pobre estremecia vivente.
Mas seu abatido mirar caçador enfocava a vitória.
Assim gritava: “O que não me mata somente me fortalece!”
Ainda que imerso onde a dignidade humana apodrece
O ser, rústico e armado, talhava a própria história.
— Lança! Urrava sua esmigalhada garganta doente.

Quando a flama no horizonte ascendia em sua Jornada
Acendendo um Inferno na Abóbada Celeste (fúria dos Anjos)
Ele não temia: tamanho Caos apenas lhe motivava a viver.
O pobre, chovendo, enfim ousou se enfurecer:
— Pela VIDA! – E junto ao dele reverberaram mil manifestos e trovejos
E de súbito ergueu-se do abismo, sangrando, a Rubra Alvorada.

...

Das Cinzas, a Esperança.
Os últimos tornar-se-ão os primeiros.
E quer seja isto possível ou somente utopia de cão,
Preparai-vos! Pois...
“À beira do precipício (ignição), haverá r/evolução!”

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Poema in "Pensassonhos", de Israel Silva.

Primeiramente postado em: http://israel.revistacrase.com.br/

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