Hoje nem a solidão mostra os seios
O que parou não volta a correr
O desejo deixou cair a última pétala
Sou bem-vindo à terra dos delírios
Hoje não sei do meu rosto
As minhas próprias mãos ameaçam-me
Fico quieto
Sem margens para dúvidas
Sou cobardemente um sinal da cruzSem margens para dúvidas
Durmo à beira da fome
Estou próximo dos que partem
É tão noite neste sempre poema
Repetem-se as mesmas palavras
Como um peito em dia de gripe
Questiono varandas
Coloco estacas nas sombras
Não as deixo fugir
Crava-se em mim uma ausência
Do tamanho de uma fogueira
Não as deixo fugir
Crava-se em mim uma ausência
Do tamanho de uma fogueira
(Quem diria que o punhal também sente a dor)
A palavra mãe é o meu asilo
Em sonhos regresso ao útero
Sou tão feliz nessa cidade
E quando a bússola me atraiçoa e
Nada consigo dizer
Faço das palavras do vento,
As minhas palavras também.Hoje estou pronto para ser esquecido
Ser um nada e uivar toda a eternidade
Quem me sonhou saberá distinguir-me entre as cinzas.
- flávio lopes da silva -
Que lindo! Fiquei impressionada com a intensidade com que você escreve. As palavras ganham sentimentos a cada verso. Muito bom! Grata por sua presença no meu recanto e espero vê-lo mais vezes por lá. Grande abraço!
ResponderEliminarMuy bonito, lleno de sentimientos.
ResponderEliminarUn abrazo