17.11.09

NO ESPELHO



in voz; José Silveira
http://www.clesioboeira.com/meump3/CDST-no%20espelho.mp3

Sim, sou ancião.
Mas quem disse,
Que não sou poeta?
Vedes minhas mãos!
São trêmulas.
Meus dedos jazem,
Sob o peso da pena.
Passivos.
Descansando
Entre as linhas
Do meu caderno.
Mas ainda sou poeta!
Não consegues ler mais
Minhas escritas, as poesias.
Compreendo!
Não. Não as apaguei!
Estão lá, todas anotadas.
Talvez escondidas sob
Minhas lágrimas.
Releio-as todas às noites.
São minhas orações,
De morte.
Não escutas minha voz!
É porque murmuro.
Receio afugentar
As palavras.
Se quiseres, declamo!
Ainda sou um poeta!
Mas se acaso eu chorar.
Não se importe.
Lembre-se.
Sou ancião.



1 comentário:

  1. bem vindo a esta nova casa, amigo silveira.
    foi um bom começo, a poesia existe e está para durar. sarabá!

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