27.11.09

Olhos que falam


Há olhares enigmáticos
Que nos penetram até à alma
Desnudando-nos de segredos...

Falam-nos das cores
Dos cheiros
E dos sabores
Dos desejos...

Falam-nos dos risos
E dos choros
Dos sentimentos
E dos voos dos sonhos...

Depois
Vestidos de candura
E embevecidos de serenidade
Talvez cegos p'lo encantamento
Do efémero momento que foi
O da paixão
Ainda vagueiam
P'los recantos do pensamento
Reavivando memórias antigas...

E aí
Completamente perdidos
Da sua própria razão
Por se fecharem à luz
Que lhes encandeou a realidade
Ainda nos falam sem mágoas
De cumplicidades...

Há olhos que nos gritam
Tantos
Tantos silêncios...
Que nos ensurdecem
Por completo!

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