26.11.09

que casa agora

respiramos e da palavra nasce o regresso dos lunáticos
avivam a alma e abrem o corpo ao corpo desnudado
uma pequena morte os acompanha

permanecem nas gavetas outros escritos da memória distante
de um outro corpo de um outro caminhante

é bom falar para o coração da noite

no encontro do silêncio sangue na passagem do suícida
e no nascimento da ossificação da flor breve

nas ruas a imensidão das horas
no corpo a casa 
que casa agora que casa agora

um ultimo beijo deixo às matérias sensíveis

aos homens magma
pois o húmus é longo e àgil na pedra da fraternidade

que casa agora

rebentam últimos suspiros ao mar revolto
e é das raízes
o som que eu  reclamo as que nascem no fundo do ventre
como as amo
escalam neves e pedra-lágrima

e adormecem nas areias àridas

sao a erosão da terra e feitas da lucidez de quem ama
sao os seus antepassados celestiais

vem comigo agora vem comigo agora
derramamos o vinho encostamo-nos ao tempo

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