8.1.10
Nascer de um verso
Diz-me vida, porque olho e te vejo
Ao longe, um tanto ou quanto difusa
Porque adormeço, na vastidão do Alentejo
Porque me sinto tantas vezes confusa
Ao olhar o dia, devia corar de desejo
Devia desabotoar os botões da blusa
Para que o sol me queime a pele, e num ensejo
Deixar que a terra faça de mim sua musa
Que cave socalcos na minha face alheia
Que se sacode, num não arrebatado
Devia me deixar embalar na acalmia
Do calor tórrido, ou no Inverno gelado
Nas diferenças que este chão transporta
E aí terra, verias nascer um verso inacabado.
Antónia Ruivo
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
nasceu e vai crescer comcerteza.
ResponderEliminargostei do soneto.