15.1.10

O homem Invisível

Olho para onde deveria reinar a vida

Apercebo-me que o mundo é medonho,

Imagem decadente da Terra que outrora fora livre,

Enlouqueço num cenário sufocante no qual sonho morrer.

Armadilha que nos envolve, fascina e mata com uma crueldade tenebrosa,

Levarei comigo esta armadilha para que nunca mais volte,

Não merecendo permanecer no plano da justa existência.

Sugam-me com tal cinismo, não suporto ser um refém,

Sugerem que olhe, mas não sugerem que pense,

É esta a realidade, nauseabunda e mórbida.

Porque olho e não te vejo, mas sei que existes!

O que vejo é tudo menos o que deveria ser.

Assusto-me por te deixarem ficar em cativeiro perante a vida,

Sempre foste a minha alma, a criação do Eu homem

A ligação com a plenitude da perfeita efemeridade.

Eles tentam te imitar mas eu entro em paranóia,

Desejava ser mudo e surdo para me poder recolher,

A visão controla o meu mísero corpo inútil,

Necessito que me largue para ver o que tanto este inferno me esconde.

Finalmente vejo este purgatório que tão mal é empregue,

Rezo por todos vocês, mas a condenação é inevitável,

Pecaram com toda a ingenuidade sobre os demais filhos da Terra.

Os outros começaram a pintar finalmente o seu caminho

Vocês sabiam que o mal estava aqui e ninguém lhes pediu socorro,

Agora sois obrigados a partir sobre a ordem de uma última solução.

Enquanto era tempo fizeram da voz arma de arremesso,

Que ganharam vocês em colocar esses homens e mulheres invisíveis no chão?

Agora essas larvas são borboletas e vocês simples marionetas,

Comandados pela desilusão de uma vida mesquinha.

É a vez daqueles que vocês julgavam estarem intoxicados se purificarem,

Conhecer o palco que vocês representavam com enorme cinismo,

Agora vejo os outros actores da realidade minuciosa.

Ganharam a luta por serem pequenos, por terem somente deveres,

Os direitos foram esquecidos por vocês egoístas,

O sopro da Terra humanizasse e o inferno aterrorizasse,

Agora vejo que o homem sempre existiu mas nunca lhe deram voz,

Agora ele grita por todos os desejos no corpo,

Sei finalmente que a vida morrerá com os demais anjos da Terra.

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