4.4.11

Dueto com Cecília

Morro do que há no mundo:
do que vi, do que ouvi.
Morro do que vivi.
Morro comigo, apenas:
com lembranças amadas,
porém desesperadas.
Morro cheia de assombro
por não sentir em mim
nem princípio nem fim.
Morro: e a circunferência
fica, em redor, fechada.
Dentro sou tudo e nada.

Cecília Meireles

Vivo sentimentos do mundo
Sorriso e afeto mudo
Vivo para ser amada
Invernos da infância chorada
Alenta solitária atada.
Cachoeiras, matas e lagoas.
Enxurrada de lágrimas contraposta
Vivo para esquecer as magoas
Pelo amor infinito à vida
Reta do caminho sem volta
Vivo a sorrir exposta
Sou vento e reviravolta.

Diana Balis

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