25.5.11

Noite sem luar

Sou uma trova de um soneto sem rima
E maldita num veludo escuro encorpado e aquecida.
Abasteço a fronte da pele que chora minguas entre as mágoas,
Nada vale a pena...
A vida me acolhe e visita,
O visível abalo da dor cálida se veste e despe.
Sinta o corpo ao vento, ar em movimento, freme, treme, congela,
Ajeita o resto de mim que despenteia a cabeceira
E perto da estante uns livros,
Vagos sentidos do existir.
Nessa noite serei sua página em branco.
Imprima seu sorriso e colha seus frutos.
Anote seus obstáculos,
Para na emersão do horizonte
Revelar a negra noite sem luar.

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2011.

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