Publicado por: Diana Balis | |
I Esquecida no quarto Guardo um retrato Amarelado de um jardim II Flores secas serão as janelas Abertas por mim. III Aquecida no quarto O sol tranquilo invade o dia Coleciono barcos E vivo maresias IV Antes nada Agora nada Amanhã Deixarei de navegar. V O quarto isolado É o mundo inteiro O sol estende cortinas E habita o humor. VI Um monte de roupas A cadeira vazia Na velha penteadeira Habito pária Segue uma bagunçada. VII Fantoches desfilam na cama Cantam e dançam Na memória perdida Um jacaré malandro Perdeu-se no armário. VIII Vivo deitada Lagarda poeta Espero as asas Que me façam refletir. IX Rede enrolada Gancho de chapeús O Brasil Brinca de roda comigo. X No grande labirinto Sinto Armadilhas do espírito Livre XI A cigarra canta e morre. XII A Cidade não será mais a mesma sem a poesia Os homens com câncer casados, deitam-se Querendo ser só o sexo no anexo Sem sentimentos, É tudo complexo. XIII A chuva de palavras É retórica Preciso abrir as portas Ao sair XIV Ao fotografar toda à bagunça Revelar os segredos Entre as palavras O sombrio é obscuro A alma segue isenta de culpa. XV Um cadeira revolta-se contra à bagunça Descansada, arruma-se e segue adiante, Vive uma personagem. XVI Abalem o espírito que escreve Limpos e sujos os gestos O que fazer? XVII Livros iluminados insistem em ser relidos Vou dar um pontapé no jardim E abrir todas as janelas. XVIII O sol é verde mangueira O fruto do olhar canta Pássaros porfiam e convidam Como arde esse sol XIX No avantajar do mundo Esconde-se o solitário quarto No prazer de ler. XX Cheia de celulites à mulher, Foi amada um dia. FIM. Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2014. Diana Balis.Homenagem à Edward Hopper e pinturas de solidão. |
24.8.14
Quarto fechado (poemas em série) Homenagem ao pintor Edward Hopper.
Quarto fechado (poemas em série) Homenagem ao pintor Edward Hopper.:
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