23.11.09

e haviamos de ter o arado para rasgar nossos caminhos
de sonhar tão inabaláveis que a terra transpirava música
e os dias de primavera não teriam cápsulas
para escorregar melhor na garganta

mas depois veio o inverno
e a falta de lenha
ao que o meu corpo desprendeu-se do teu
como um cristo a separar as águas

e deixámos promessas nas folhagens
que mais tarde leriamos
assim que tu soubesses ler, e eu escrever

3 comentários:

  1. é com nostalgia que leio o que tao bem escreveste, talvez porque fiz viagem entre as analepses e prolepses e o que ficou por dizer neste presente

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  2. é com ar em movimento que escrevemos os sobressaltos.
    abraço

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  3. Na falta do arado para rasgar os nossos caminhos, derrubemos as fronteiras das nossas hesitações.

    Gostei de ler-te

    Abraço

    Gil

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