5.6.10

Amar é linha - O Tatu Bolinha (Conto)

Adentrada floresta entre as árvores e arbustos, há sintonia no espírito revelador nas montanhas.
Os pássaros acordam as paisagens e as orquídeas divulgam suas cores.
Aonde o prazer é respirar o ar e sentir o gelado frescor da manhã orvalhada.
É tempo de caminhar ao riacho e descobrir a nascente. Sigo a trilha dos bambuzais e ouço os zumbidos das mutucas na manhã que me aquiesce o dia.
O mato é fortaleza protetora de humor aos seres inalcançáveis. Nesse dia os sentimentos serão entregues a natureza em paz.
O riacho segue estreito e seguro entre os arbustos e o equilíbrio do corpo, para não pender e cair no chão úmido. O cafezal ficaria mais a esquerda mas não vou me perder na manhã que já virou noite, na adentrada e verde floresta.
As folhas secas navegam aos pés com botas longas e protegem de cobras sucuris, na Reserva Florestal de Nova Friburgo. Sou caçadora de nascentes.
O riacho nasce fino e lindo, as pedrinhas escorregadias brilham como pedras preciosas, a calma e o som das águas são de ternura. O frio acalenta a solidão do amanhecer adentrado.
Feliz é ver o Tatu bolinha escondido na toca do lado direito do riacho, veio beber água e me disse, bom dia!
A volta corrida no sossegado passeio, me trouxe de volta a clareira da casa.
Nascer de novo, é olhar o dia e viver a vida com os olhos de águia.
Viver e ser feliz, depende do que se esconde dentro da sua moringa, trouxe água fresca, amor, bom dia!


Reserva Florestal de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, 5 de junho de 2010.

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