22.1.11

Inocentes

São eternos
os nossos passos , meu amor
quando o livro semeia sonhos
que consomem todas as nossas veias
prisioneiras para todo o sempre
da escola onde um dia
pela primeira vez
conjugamos o verbo amar

São eternos
os nossos pássaros, meu amor,
quando o rio cava flores
no peito duma ninfa
de mar concentrado
amarrado ao céu-foz do teu traçado
que nas margens os gritos
das crianças de mãos agitadas
vertem o sangue
martírio das vítimas da História

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