2.1.10

Houvesse uma grávida que parisse um mundo novo e inteiro
Ou um anão que cuspisse uma bola de fogo
E dela saísse Homens do mesmo tamanho
Se possível com uma flor no cabelo
O amor com um lustro de saliva
Uma transparência igual à do rio Homem
Que é perpendicular ao meu corpo mal refinado

E um apostador que ao ler um poema dissesse: chega!
Acabavam-se os falsos engenhos e as gaivotas feridas
E os dias ganhariam tantas raízes comuns
Tantas luzes de aniquilar Gigantes
Que ao amor era-lhe impossível não dar frutos
Não dar homens rectos e tochamente iluminados
Em vez de cabeças espetadas na ponta de um ceptro

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